Isso significa que o comitê prevê uma nova redução de 0,5 ponto somente no encontro agendado para maio, abandonando o plural usado nos comunicados anteriores ao deixar de se comprometer com um corte dessa magnitude "nas próximas reuniões". Dessa forma, o Copom ganha mais liberdade para mudar o ritmo à frente.
Às 9h07, o dólar recuava 0,32%, cotado a R$ 4,957.
"O fato de citarem que esperam mais um corte de juros na 'próxima reunião' no singular, não no plural, deixa um clima de incerteza do que pode acontecer nas próximas reuniões. Mas pode ser apenas uma forma de comunicar para que o governo mantenha os objetivos fiscais, e há espaço para cortes de mesma magnitude", afirma Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital.
Já Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, diz ter considerado o comunicado "hawkish", ou seja, mais duro e voltado para aperto monetário.
"O comitê cita as preocupações com relação ao cenário externo e obviamente a influência que isso pode trazer aqui para dentro. Cita as preocupações com relação às dificuldades, às incertezas locais, e ainda retira o plural. Mas o Banco Central foi bem nesse comunicado. Essa é a linha que deve ser seguida", diz Jorge.
Na quarta, a Bolsa brasileira teve forte alta e voltou ao patamar dos 129 mil pontos nesta quarta-feira (20), enquanto o dólar caiu a R$ 4,97, após a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) de manter inalteradas as taxas de juros nos Estados Unidos.
O banco também sinalizou que a maioria das autoridades projeta que as taxas de juros americanas devem terminar o ano entre 4,5% e 4,75%, o que equivaleria a três cortes de 0,25 ponto percentual, indicando que há confiança numa redução dos custos de empréstimo em breve.
A decisão veio em linha com o esperado pelo mercado: segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, analistas viam 99% de chance de manutenção nos juros americanos na reunião do Fomc (comitê de política monetária dos EUA) desta quarta.
Com isso, o Ibovespa subiu 1,13%, aos 129.124 pontos, e o dólar caiu 1,09%, fechando o dia cotado a R$ 4,973.
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